Como observa Ediney Jara de Oliveira, quem atua no comércio internacional precisa enxergar a agenda ambiental como parte integral da estratégia, e não como apêndice burocrático. Ignorar esse movimento significa correr o risco de perder competitividade em mercados que remuneram melhor o desempenho sustentável.
As regulações ambientais globais passaram a influenciar diretamente quem exporta e quem importa, redefinindo custos, exigências técnicas e acesso a mercados. Continue a leitura e veja que normas que tratam de emissões, rastreabilidade, desmatamento, substâncias químicas e pegada de carbono já moldam decisões de compra de grandes empresas e de blocos econômicos inteiros.
A expansão das regras ambientais nas grandes economias
Países desenvolvidos e organismos multilaterais vêm fortalecendo regulamentações ambientais motivadas por compromissos climáticos e pela pressão de consumidores e investidores. A União Europeia, por exemplo, avança em mecanismos de controle de desmatamento, exigências de due diligence e ajustes de carbono na fronteira. Na análise de Edinei Jara de Oliveira, essas regulações não são direcionadas apenas a empresas europeias: elas alcançam qualquer exportador que deseje acessar esse mercado.
Outros países seguem lógica parecida, vinculando tarifas, preferências comerciais e financiamentos ao cumprimento de critérios ambientais. A tendência aponta para convergência de padrões, ainda que com ritmos distintos.
Como reguladores influenciam custos e margens?
Regulações ambientais impactam diretamente custos de produção, conformidade e logística. Setores como agroindústria, mineração, metalurgia, química e têxtil precisam comprovar origem legal, reduzir emissões e atender a limites de poluentes. Para Ediney Jara de Oliveira, isso significa que parte do investimento passa a ser orientada por exigências externas, e não apenas por decisões internas de otimização.
Custos aumentam para quem precisa se adequar, mas também diminuem para quem já opera com padrões elevados e pode acessar mercados premium. A diferença entre empresa preparada e empresa atrasada se traduz em margens mais robustas e maior previsibilidade.
Rastreabilidade e transparência como novos requisitos comerciais
A rastreabilidade deixou de ser diferencial e passou a fazer parte dos requisitos mínimos de muitos mercados. Exportadores precisam apresentar informações sobre origem, cadeia logística, fornecedores indiretos e indicadores ambientais. Segundo Edinei Jara de Oliveira, ferramentas de blockchain, plataformas de monitoramento por satélite e sistemas integrados de certificação tornam esse processo mais transparente e reduzem assimetrias de informação.

Importadores também passam por pressão crescente para garantir que produtos adquiridos atendem a padrões socioambientais, sob risco de penalidades legais e danos reputacionais. Nesse contexto, transparência e governança tornam-se ativos comerciais.
Novas oportunidades para empresas que se antecipam
Embora as exigências ambientais aumentem a complexidade do comércio internacional, elas também criam oportunidades. Produtos de baixo carbono, insumos sustentáveis, soluções de eficiência energética e certificações reconhecidas internacionalmente ganham valor. Na visão de Edinei Jara de Oliveira, empresas que se antecipam constroem vantagem competitiva por meio de reputação, acesso a mercados mais exigentes e capacidade de negociar contratos de longo prazo.
Além disso, cadeias de suprimento que se alinham a padrões ambientais robustos tendem a atrair investidores interessados em negócios resilientes e preparados para riscos climáticos. A convergência entre desempenho ambiental e retorno financeiro deixa de ser exceção e se torna caminho consolidado.
Estratégia para navegar em um ambiente regulatório mais rigoroso
Para exportadores e importadores, o ponto central é incorporar critérios ambientais à gestão estratégica. Isso envolve mapear riscos climáticos e regulatórios, monitorar mudanças legislativas em mercados-chave, fortalecer governança e investir em tecnologias de rastreabilidade.
Conforme destaca Ediney Jara de Oliveira, a visão de longo prazo é tão importante quanto a adoção de práticas de curto prazo: empresas que constroem narrativa sólida, com resultados verificáveis, conquistam a confiança de parceiros globais. A transição para padrões mais sustentáveis não deve ser vista apenas como imposição de reguladores estrangeiros, mas como oportunidade de modernização.
Autor: Vladimir Shestakov
