De acordo com empresário Leonardo Manzan, as operações digitais de balanceamento energético passaram a ocupar papel central no ambiente pós-reforma tributária, especialmente porque a digitalização das redes fortaleceu a presença de sistemas inteligentes responsáveis por ajustar fluxos, estabilizar cargas e controlar, em tempo real, o desempenho das unidades geradoras.
Para o setor elétrico, essa evolução tecnológica exige análises precisas sobre como o IBS e a CBS incidem nessas atividades, já que a combinação entre automação, algoritmos e serviços complementares cria um conjunto de operações que precisam ser classificadas de forma minuciosa. Nesse cenário, compreender a estrutura fiscal do balanceamento digital tornou-se determinante para que empresas evitem riscos e preservem previsibilidade jurídica.
Caracterização das atividades digitais elucidada por Leonardo Manzan
Conforme elucida Leonardo Manzan, a definição da natureza jurídica das atividades executadas pelas plataformas digitais é um dos pontos mais sensíveis da análise tributária atual. Sistemas de balanceamento realizam compensações automáticas, analisam padrões de consumo, ajustam geração distribuída e interagem com unidades de armazenamento, o que exige documentação clara para diferenciar atividades essenciais de serviços acessórios. Essa distinção influencia diretamente a base de cálculo dos tributos e o fluxo de créditos permitido no regime pós-reforma.

Em muitos casos, as operações ocorrem simultaneamente em diferentes regiões, criando desafios adicionais para a comprovação fiscal. A rastreabilidade digital ampliou a capacidade do fisco de cruzar dados operacionais e fiscais, tornando indispensável que contratos, notas e relatórios reflitam fielmente o funcionamento das plataformas. A evolução das redes inteligentes fortalece a necessidade de consistência documental, especialmente em atividades automatizadas que sofrem ajustes contínuos e dinâmicos.
Integração tecnológica e impactos na apuração dos tributos
Na avaliação de Leonardo Manzan, a integração entre sistemas de geração, transmissão e armazenamento altera profundamente os critérios de incidência do IBS e da CBS. Serviços como previsão de carga, análise preditiva, gerenciamento remoto ou estabilização da rede podem receber enquadramentos distintos, o que demonstra a importância de segregação detalhada das etapas. Essa necessidade se intensifica quando as plataformas utilizam inteligência artificial para apoiar decisões operacionais, já que algoritmos podem gerar fluxos complexos que precisam ser refletidos nos registros fiscais.
Ademais, atividades tecnológicas acessórias podem ser consideradas essenciais para fins de creditamento, desde que a empresa consiga demonstrar documentalmente a relação direta entre o serviço e a operação principal. A falta de clareza nessa vinculação tende a gerar glosas, o que reforça a importância de análises técnicas contínuas e atualizadas. Esse contexto evidencia como a digitalização alterou como as empresas estruturam seus processos internos.
Governança fiscal e documentação
Como destaca Leonardo Manzan, a governança fiscal se torna um pilar indispensável para empresas que utilizam sistemas digitais avançados. A integração entre áreas técnica, jurídica e fiscal garante que as informações transmitidas aos órgãos reguladores mantenham coerência e reflitam exatamente o que ocorre na operação. O alinhamento entre registros digitais, contratos e evidências fiscais fortalece a capacidade de resposta em caso de questionamentos e evita inconsistências apontadas por auditorias eletrônicas.
A atualização constante de rotinas internas é essencial, já que a tecnologia avança em ritmo acelerado. Empresas que mantêm descrições contratuais defasadas ou não revisam seus modelos documentais correm risco elevado de inconsistência fiscal. A harmonização entre tecnologia e documentação é indispensável para assegurar conformidade e preservar a previsibilidade tributária.
Perspectivas futuras para o tratamento fiscal das operações digitais
Sob a perspectiva de Leonardo Manzan, é provável que o tratamento fiscal das operações digitais de balanceamento energético se torne cada vez mais detalhado, acompanhando a evolução das redes inteligentes e a ampliação da participação de fontes renováveis. O setor tende a exigir análises técnicas mais profundas, especialmente diante da multiplicidade de serviços híbridos que combinam automação, inteligência artificial e sistemas regionais interligados. Empresas que investirem em governança, documentação robusta e padronização dos processos terão melhores condições de enfrentar os desafios fiscais decorrentes da modernização energética.
Em suma, como ressalta Leonardo Manzan, a digitalização transformou de modo irreversível a lógica operacional do setor elétrico, exigindo que a interpretação tributária acompanhe essa evolução com rigor técnico e clareza documental.
Autor: Vladimir Shestakov
