A cirurgia estética tem ganhado cada vez mais espaço entre os jovens, impulsionada por padrões de beleza impostos e pela influência das redes sociais. Milton Seigi Hayashi, médico e cirurgião plástico, explica que essa crescente busca por procedimentos sem a devida reflexão pode trazer sérios riscos à saúde física e emocional. Este artigo explora como a banalização da cirurgia estética afeta a juventude, destacando os perigos da pressa por resultados imediatos e a importância da consciência nas escolhas.
Por que a cirurgia estética se tornou tão comum entre os jovens e quais os riscos da banalização?
O aumento da exposição a padrões de beleza idealizados faz com que adolescentes e jovens adultos se sintam pressionados a modificar sua aparência. A facilidade de acesso a informações sobre procedimentos e a divulgação de resultados rápidos criam a ilusão de que a cirurgia estética é simples e sem riscos. De acordo com Milton Seigi Hayashi, o desejo por aprovação social e a busca por autoestima imediata têm levado muitos jovens a recorrer a procedimentos antes mesmo de completarem sua maturidade emocional.
A realização de cirurgias sem o devido acompanhamento pode acarretar complicações físicas, como infecções, cicatrizes e insatisfação com os resultados. Além disso, há riscos psicológicos, como a dependência de procedimentos para alcançar aceitação e felicidade. Quando a cirurgia estética é tratada como uma solução rápida para inseguranças, ela deixa de cumprir seu papel positivo e se transforma em uma ameaça à saúde. O impacto pode ser ainda maior em jovens que não têm plena consciência dos riscos envolvidos.
Qual é o impacto das redes sociais na busca pela cirurgia estética?
As redes sociais desempenham papel central nesse fenômeno. Filtros de edição e imagens retocadas reforçam um padrão de perfeição inalcançável, criando expectativas irreais. Essa exposição constante faz com que jovens busquem nos procedimentos cirúrgicos a chance de reproduzir aquilo que veem online. A comparação incessante alimentada pelas plataformas digitais intensifica sentimentos de inadequação. O resultado é um ciclo vicioso em que a cirurgia estética deixa de ser uma escolha consciente e se torna uma tentativa de se encaixar em modelos artificiais de beleza.

É fundamental que a cirurgia estética seja compreendida como uma ferramenta de transformação, e não como imposição social. A educação sobre autoestima, aliada ao acompanhamento psicológico e médico, ajuda os jovens a diferenciar desejos pessoais de pressões externas. Segundo Milton Seigi Hayashi, a chave está em orientar sobre riscos, benefícios e limites. Profissionais devem avaliar cuidadosamente se o paciente está preparado física e emocionalmente, evitando procedimentos precipitados. Essa postura ética contribui para o uso responsável da cirurgia estética.
Qual é o papel dos profissionais de saúde nesse contexto?
O papel dos médicos vai além da execução de técnicas. É responsabilidade do cirurgião orientar, esclarecer e, quando necessário, recusar procedimentos que não tragam benefícios reais ao paciente. Essa conduta preserva não apenas a saúde, mas também a credibilidade da prática médica. Como pontua Milton Seigi Hayashi, cabe ao profissional identificar quando a motivação do paciente está baseada em pressões sociais ou expectativas irreais.
Por fim, a banalização da cirurgia estética entre os jovens reflete a influência dos padrões de beleza e a força das redes sociais. Embora esses procedimentos possam gerar autoestima e bem-estar quando realizados com responsabilidade, sua prática sem reflexão coloca em risco a saúde e a integridade emocional. Para Milton Seigi Hayashi, é essencial que a decisão pela cirurgia estética seja baseada em maturidade, consciência e acompanhamento profissional adequado. Somente assim será possível transformar a busca pela beleza em um processo saudável.
Autor: Vladimir Shestakov