Durante a 243ª reunião da Sociedade Astronômica Americana (AAS), a estudante de doutorado Alexia Lopez, da Universidade de Central Lancashire (UCLan), nos Estados Unidos, descreveu a descoberta de um objeto com aglomerados de galáxias e uma espiral galáctica com 1,3 bilhão de anos-luz de largura.
Nomeada de Grande Anel, a estrutura pode ser considerada um dos maiores objetos cósmicos já observados pela ciência, pois possui uma circunferência total de 4 bilhões de anos-luz.
Os pesquisadores apontam que o Grande Anel é uma estrutura do tipo ultragrande e possui uma forma distinta; o objeto está localizado aproximadamente a nove bilhões de anos-luz da Terra, próximo da constelação de Bootes. Segundo os cientistas, ele emite uma luz fraca que não permite observá-lo a olho nu, contudo, seria visível e até 15 vezes maior que a Lua se fosse mais brilhante.
Apesar de o Grande Anel ser uma descoberta importante, os cientistas encontraram mais perguntas do que respostas.
Apesar de o Grande Anel ser uma descoberta importante, os cientistas encontraram mais perguntas do que respostas.
Há cerca de dois anos, Alexia também fez a descoberta do Arco Gigante no Céu, uma estrutura ultragrande que possui 3,3 bilhões de anos-luz de diâmetro. Uma das possibilidades é que essas estruturas podem estar ligadas às Oscilações Acústicas Bariônicas (BAOs), conhecidos por surgirem de oscilações no antigo universo.
“Nenhuma dessas duas estruturas gigantescas é fácil de explicar em nossa compreensão atual do universo. E seus tamanhos ultragrandes, formas distintas e proximidade cosmológica devem certamente estar nos dizendo algo importante — mas o quê exatamente? Uma possibilidade é que o Grande Anel possa estar relacionado às Oscilações Acústicas Bariônicas (OABs)”, disse Lopez em um comunicado oficial.
Grande Anel
Apesar de a possibilidade da relação com os BAOs, a cientista afirma que uma análise detalhada do Grande Anel resultou em evidências de que ele não é compatível com essas oscilações do antigo universo. Uma das características dos BAOs são os formatos esféricos no arranjo das galáxias, porém, o Grande Anel não é tão esférico.
A descoberta dessas estruturas gigantes é relevante porque poderia desafiar a atual compreensão do universo e auxiliar no desenvolvimento de novos modelos sobre a evolução do cosmos. Acontece que o Grande Anel, aparentemente, ultrapassou o limite de nossa atual teoria da evolução do universo. Por isso, os pesquisadores precisam estudar mais sobre objetos semelhantes para entender o que eles são, de fato.
“Identificar duas estruturas ultragrandes extraordinárias em uma configuração tão próxima levanta a possibilidade de que juntas elas formem um sistema cosmológico ainda mais extraordinário. Os dados que estamos analisando estão tão distantes que levaram metade da vida do universo para chegar até nós, de um tempo em que o universo era cerca de 1,8 vezes menor do que é agora. O Grande Anel e o Arco Gigante, tanto individualmente quanto juntos, nos apresentam um grande mistério cosmológico enquanto trabalhamos para entender o universo e seu desenvolvimento”, Alexia acrescenta.
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