Um incidente envolvendo a morte de uma onça-parda no Piauí gerou grande repercussão nas redes sociais e na mídia. Eula Pereira da Silva, de 37 anos, foi filmada enquanto disparava contra o felino durante suas férias em Alto Longá, onde seus pais residem. A ação foi registrada por sua irmã e rapidamente se espalhou pela internet, levando a uma investigação por parte do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A família foi multada em R$ 45 mil pela morte do animal.
O programa Fantástico, da TV Globo, visitou o local do incidente acompanhado por fiscais do Ibama. Durante a visita, os fiscais afirmaram que a onça-parda não representava uma ameaça no momento em que foi abatida. Adelques Monteiro, chefe de fiscalização ambiental do Ibama, explicou que a tendência do felino era se evadir, pois onças-pardas geralmente têm medo dos humanos e não atacam. Essa informação contradiz a justificativa apresentada pela família.
Manoel Pereira da Silva, pai de Eula e agricultor, defendeu a ação de sua filha, alegando que a onça estava atacando seus animais. Ele afirmou que seu rebanho, que antes contava com um número considerável de bodes, foi reduzido a menos de 20 cabeças devido aos ataques do felino. No entanto, os fiscais do Ibama informaram que não há registros recentes de ataques de onças a humanos ou animais na região, o que levanta dúvidas sobre a veracidade das alegações de Manoel.
Apesar da justificativa de proteção, a morte da onça-parda é considerada crime ambiental. A onça-parda, que é o segundo maior felino do Brasil, está em risco de extinção, e a caça de animais silvestres é estritamente proibida. Além da multa imposta, a espingarda utilizada no ataque foi apreendida, e Manoel e Eula também enfrentarão acusações de maus-tratos aos cães que foram usados durante o incidente.
O casal, Manoel e sua esposa Rosa Maria, expressou arrependimento pela situação e afirmou que não tinham conhecimento de que a ação era ilegal. Eles justificaram que não sabiam que matar a onça-parda constituía um crime e que a repercussão do caso os pegou de surpresa. Essa declaração levanta questões sobre a conscientização e a educação ambiental nas comunidades rurais.
Diante da penalidade imposta, Manoel revelou que não possui condições financeiras para arcar com o valor da multa. Ele mencionou que sua família é composta por quatro pessoas e que seus recursos são limitados ao salário que recebe. Essa situação destaca a dificuldade enfrentada por muitos agricultores e trabalhadores rurais em lidar com as consequências legais de suas ações.
O caso da onça-parda morta no Piauí serve como um alerta sobre a importância da preservação da fauna silvestre e da educação ambiental. A conscientização sobre a proteção das espécies em risco de extinção é fundamental para evitar incidentes semelhantes no futuro. Além disso, é essencial que as comunidades rurais sejam informadas sobre as leis que protegem a vida selvagem e as consequências de suas ações.
Em resumo, a morte da onça-parda por Eula Pereira da Silva e a defesa de seu pai, Manoel, levantam questões importantes sobre a relação entre humanos e a vida selvagem. A situação evidencia a necessidade de um diálogo mais amplo sobre a conservação ambiental e a educação nas comunidades, a fim de promover uma convivência harmoniosa entre as pessoas e a fauna local.