Dr. Rodrigo Gonçalves Pimentel, sócio do escritório Pimentel & Mochi Advogados Associados, menciona que a recuperação judicial, quando bem planejada, pode abrir caminhos estratégicos para que empresas em crise explorem novos mercados e mantenham a competitividade. Nesse cenário, o e-commerce surge como alternativa viável, capaz de reduzir custos fixos e ampliar a base de clientes. Interessado em saber como? Continue a leitura e entenda como alinhar a recuperação judicial ao comércio eletrônico.
Como o e-commerce pode apoiar empresas em recuperação judicial?
Empresas em recuperação judicial precisam mostrar ao juiz e aos credores que existe viabilidade econômica e capacidade de reorganizar o negócio, de acordo com o Dr. Rodrigo Gonçalves Pimentel. O e-commerce contribui nesse processo ao permitir maior alcance de consumidores, geração de caixa e redução de gastos operacionais. Para empresários e produtores rurais, por exemplo, vender online pode significar acessar mercados distantes sem depender de distribuidores tradicionais.
Isto posto, o comércio eletrônico ajuda a criar transparência nos resultados e fortalece a confiança dos credores. Uma vez que ao apresentar relatórios de vendas digitais em um plano de recuperação, a empresa evidencia capacidade de adaptação e compromisso com a superação da crise.
Quais ajustes jurídicos e estratégicos são necessários?
Quando a empresa entra em recuperação judicial, deve considerar os reflexos legais das novas operações. Segundo o Dr. Lucas Gomes Mochi, também sócio do escritório, questões como proteção de dados dos consumidores, cumprimento de contratos digitais e gestão tributária exigem atenção. Por exemplo, um produtor rural que decide vender sua safra pela internet precisa avaliar cláusulas de entrega, garantias de qualidade e riscos de inadimplência.
Aliás, como destaca Dr. Lucas Gomes Mochi, a estratégia deve ser sempre acompanhada de governança jurídica, de modo que o crescimento digital não crie novos passivos. Isso inclui revisar contratos de fornecedores de tecnologia, estruturar políticas de privacidade e garantir que os créditos oriundos do e-commerce sejam corretamente contabilizados no processo de recuperação.
Principais estratégias de e-commerce para fortalecer a recuperação judicial
Existem medidas práticas que podem ser adotadas para que o comércio eletrônico se torne uma ferramenta de recuperação e não apenas uma fonte temporária de receita. Entre elas, destacam-se:
- Digitalização do catálogo de produtos: criar vitrines virtuais organizadas e atraentes, permitindo ao cliente uma experiência de compra mais clara e eficiente.
- Integração com meios de pagamento seguros: adotar plataformas que reduzam riscos de fraudes e assegurem fluxo de caixa previsível, essencial em tempos de reestruturação.
- Uso de marketplaces consolidados: aproveitar a visibilidade de grandes plataformas para aumentar a escala de vendas, especialmente quando a marca ainda enfrenta desconfiança.
- Gestão de logística adaptada: planejar entregas rápidas e com custos controlados, evitando comprometer a margem de lucro em um momento de fragilidade financeira.
- Marketing digital direcionado: investir em campanhas que reforcem a imagem de continuidade da empresa, transmitindo confiança a clientes e credores.

Cada uma dessas ações ajuda a empresa em recuperação judicial a construir um histórico de credibilidade. Além de gerar faturamento, o e-commerce mostra organização e foco em inovação, pontos avaliados positivamente durante a negociação com credores, conforme frisa o Dr. Rodrigo Gonçalves Pimentel.
O e-commerce é solução definitiva para a recuperação judicial?
O comércio eletrônico não é, por si só, a resposta completa para a crise, mas pode ser parte de uma estratégia mais ampla de reestruturação. Portanto, ele deve ser acompanhado de medidas de governança financeira, renegociação de dívidas e adequação jurídica. O diferencial está em integrar tecnologia, gestão e direito, criando uma base sólida para o crescimento.
Empresas que investem em e-commerce durante a recuperação judicial não apenas aumentam a receita, mas também demonstram inovação e resiliência. E essa postura pode ser decisiva para convencer credores e juízes de que o negócio tem viabilidade, como pontua o Dr. Rodrigo Gonçalves Pimentel.
O e-commerce como um aliado da retomada empresarial
Em conclusão, a recuperação judicial não é sinônimo de encerramento, mas sim de reorganização. O e-commerce, quando alinhado a um plano jurídico consistente, pode ser uma ferramenta poderosa de reconstrução. Dessa forma, ao adotar estratégias digitais bem estruturadas, o empresário mostra ao mercado e aos credores que está preparado para enfrentar os desafios e retomar o crescimento. Ou seja, o equilíbrio entre inovação tecnológica e segurança jurídica é o caminho para que empresas em crise encontrem uma nova oportunidade de prosperar.
Autor: Vladimir Shestakov